quinta-feira, 2 de abril de 2009

UFAL em Defesa pela Vida, uma breve avaliação

Na manhã de hoje, conforme divulguei há algumas semanas aqui mesmo no blog, ocorreu o ato público inaugural do programa UFAL em Defesa da Vida, capitaneado pela prof. Ruth Vasconcelos e a Pró-Reitoria Estudantil da UFAL.

Estive presente e o que vi e ouvi me encheu de esperança de que, efetivamente, há, nesta semente, o potencial de que se torne uma árvore frondosa que produzirá muitos e muitos frutos. O ato foi um sucesso e, numa análise inicial, ouso afirmar que atingiu todos os objetivos a que se propôs enquanto evento inaugural do programa UFAL em Defesa da Vida.

Há alguns dias, a arrecadação de camisas era algo preocupante a todos que acompanhavam a organização do ato. Lembro de haver conversado com a prof. Ruth no último fim de semana e os números não chegavam a 500. Na manhã de hoje, no entanto, a dedicação e o engajamento da própria Ruth e de alguns colaboradores venceu aquela dificuldade e a meta de 2064 camisas foi atingida. Melhor seria, realmente, que não precisássemos de tantas camisas. Ou seja, melhor seria que não tivéssemos 2064 vítimas de homicídio em Alagoas somente no ano de 2008. O hercúleo esforço na arrecadação dessas peças de roupa traduz, em si, uma simbologia aterradora: será mesmo possível e admissível que seja mais fácil tirar 2064 vidas do que arrecadar 2064 camisas?

Alguns entenderam que o ato de hoje se constituiria de mais uma dessas "passeatas pela paz, que se tornaram um lugar-comum na dinâmica das grandes cidades brasileiras, sobretudo após a ocorrência de um crime de grande repercussão. Eu mesmo ouvi isso, num comentário recheado de ironia e preconceito, durante a passagem em sala lá na FDA. É preciso avançar em relação a esta leitura do programa UFAL em Defesa da Vida. A idéia das camisetas num varal não é, e nunca se pensou que seria, um fim em si mesmo. O objetivo inaugural - e daí porque afirmou que foi atingido - foi dar visibilidade à temática e registrar o convite à construção coletiva dos outros espaços. O ato de hoje foi notícia nos principais meios de comunicação locais e nacionais (ao final, posto um link com as principais notícias veiculadas).

Como principal ponto positivo, para além da grande visibilidade, gostaria de registrar a composição plural dos participantes do ato. Além de professores e estudantes da UFAL (poucos, é verdade), os movimentos sociais e representantes do Poder Público compareceram significativamente. Sindicatos, ONGs, representantes religiosos, do Governo, da PM, da OAB, o pessoal do Fórum pela Vida e pela Paz e outros grupos estatais ou não.

De negativo, destacaria apenas o baixo engajamento da comunidade acadêmica. A ausência de representantes das Unidades Acadêmicas - a Faculdade de Direito, por exemplo, marcou um Seminário de Pesquisa justamente para a data de hoje, durante a realização do ato - dos estudantes em geral e das representações estudantis - durante a construção do ato, foram marcadas duas reuniões com os Centros Acadêmicos e com o Diretório Central dos Estudantes e nenhum representante das entidades comparecera. Neste último ponto, ficou realmente feio: se fizeram presentes a ADUFAL (representação docente), o SINTUFAL (representação dos técnicos) e nada das representações estudantis. A razão? É um mistério. Uma atitude, diga-se de passagem, pouco inteligente e, no mínimo, politicamente imatura. Espero que o Movimento Estudantil se faça presente nas próximas atividades do UFAL em Defesa pela Vida ou, pelo menos, justifique, de forma razoável, a sua ausência.

A proposta da Universidade é oferecer, como uma contrapartida, o seu capital humano e intelectual na teorização e na prática de estratégias que possam repercurtir, positivamente, no campo da Segurança Pública. Vamos atingir os fins de tal proposta? Somente o tempo e o engajamento da comunidade acadêmica e da sociedade dirão. Mostramos a nossa cara e propusemos o nosso programa. Em contrapartida, teremos que dedicar energia ao compromisso assumido não só perante a Universidade, mas perante toda a sociedade alagoana.
Antes de finalizar, gostaria de expor a opinião de um internauta que comentou a notícia do Ato no sítio Alagoas 24horas:
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"EM QUANTO (sic) OS BANDIDOS MATAM DIARIAMENTE PAÍS DE FAMÍLIA VCS FICAM ESTENDENDO ROUPAS.VIOLÊNCIA SE COMBATE COM VIOLÊNCIA.VCS FORTALENCEM (sic) OS BANDIDOS.VIVA OS DIREITOS HUMANOS.
reialdo barros - 02/04/2009 12h51"
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O gancho é interessante - e de maneira alguma pretendo fazer desta uma resposta à opinião acima - apenas para registrar e reiterar que ninguém é inocente ao ponto de crer que um ato como o de hoje oferece algum tipo de resposta concreta à problemática da violência e da criminalidade em Alagoas. Ninguém tem a utopia de tocar os corações dos que deliquem através de um ato como esse. O norte estabelecido pelo ato e pelo programa, no entanto, vai na direção de que é é preciso superar, definitivamente, a idéia de que só se combate a violência com mais violência. É preciso equipar bem a polícia, mas tão importante quanto é conceber uma polícia que trabalhe dentro dos limites da legalidade e uma sociedade civil engajada com os problemas do nosso povo. A exaltação dos direitos humanos, antes de tudo, é um reforço à garantia da nossa própria sobrevivência. Quem é que disse que os "inimigos" eleitos pelo Estado são sempre os criminosos comuns (homicidas, sequestradores, estupradores, etc)? A História recente do nosso país - vide a ditadura militar - nos mostra algo bem diferente.
O que me parece realmente inocente, na realidade, é a crença de que o melhor do que a sociedade se envolver diretamente com uma questão primária como a da Segurança Pública seria entregar na mão dos agentes do Estado, uma carta branca, uma licença para matar, para fazer Justiça com as próprias mãos. Historicamente, sempre fora deste jeito em Alagoas. E onde estamos neste momento?
Um convite a tomar parte do futuro de Alagoas. Para além de fórmulas mágicas ou de propostas messiânicas, é nisto que se resume o UFAL em Defesa pela Vida.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Argentina antecipa a Páscoa

E começa levando chocolate uma semana antes do feriado. =P

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(Do Olé!, principal diário esportivo argentino):

Y, corrió rápido...
La catastrófica derrota de la Argentina de Diego Maradona dio la vuelta al globo enseguida. Desde las burlas en Brasil hasta el análisis de los diarios españoles. Hay mucha sorpresa por la caída de Argentina y elogios para Bolivia.
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O Globo (Brasil): "Bolivia humilla a Argentina en La Paz", pone de título. Y sigue: "Parece una broma del primero de abril (como el día de los inocentes nuestro) pero es pura verdad: Bolivia goleó a Argentina en lo que fue la primera derrota de Maradona como técnico del bicampeón del mundo e igualó el peor resultado en los 107 años de existencia de la selección".
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Lance.net (Brasil): Los brasileños se divirtieron con la derrota de "sus hermanos", puso fondo negro, también aclaró que era primero de abril y citó a Olé poniendo una imagen de Diego y el título "Humillación histórica". De paso, hasta se animó a lanzar una encuesta para sus lectores: ¿Maradona o Dunga?.
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Gazzetta Dello Sport (Italia): La derrota argentina fue un "tremendo KO", tituló.
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Diario Sport (España) y Marca (España): Coincidieron con que fue un "Ridículo de la Argentina de Maradona". En Marca remarcaron que Argentina no olvidará fácilmente la primera derrota de Diego Armando Maradona como seleccionador de la albiceleste.
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Ovaciones (México): "¡Insólito! Bolivia golea y humilla 6-1 a Argentina. No tuvieron compasión, ni respeto a la selección de Diego Maradona y le ganó con claridad. De la tarde del 1 de abril no se olvidarán los argentinos. Hoy no hubo aplausos, sonrisas, ni caras cómplices a la cámara, de parte del adiestrador argentino; el show fue todo boliviano".
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El Bocón (Perú): "Bolivia abusó de Maradona y Argentina. Histórica goleada de Bolivia sobre Argentina de Diego Armando Maradona, quien no podía creer lo que veía en el campo del Hernando Siles de La Paz".
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The Sun (Inglaterra): Diego Maradona se fue de la cancha con el corazón roto luego de la derrota por 6-1 ante Bolivia. Sumaron el dato de que la mayoría de jugadores del equipo argentino nunca había jugado en La Paz, que está a 3,600 metros del nivel del mar y llegaron dos horas antes de comenzar el partido.