terça-feira, 12 de maio de 2009

Alexy à Brasileira ou a Teoria da Katchanga

De George Marmelstein Lima
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Na semana passada, viajei para Floripa para ministrar minha aula no módulo de direito constitucional na Emagis. Após as aulas, dei uma volta pela cidade com alguns juízes federais que participaram do curso e, através deles, ouvi a seguinte anedota:
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Um rico senhor chega a um cassino e senta-se sozinho em uma mesa no canto do salão principal. O dono do cassino, percebendo que aquela seria uma ótima oportunidade de tirar um pouco do dinheiro do homem rico, perguntou se ele não desejaria jogar.
- Temos roleta, blackjack, texas holden’ e o que mais lhe interessar, disse o dono do Cassino.
- Nada disso me interessa, respondeu o cliente. Só jogo a Katchanga.
O dono do cassino perguntou para todos os crupiês lá presentes se algum deles conhecia a tal da Katchanga. Nada. Ninguém sabia que diabo de jogo era aquele.
Então, o dono do cassino teve uma idéia. Disse para os melhores crupiês jogarem a tal da Katchanga com o cliente mesmo sem conhecer as regras para tentar entender o jogo e assim que eles dominassem as técnicas básicas, tentariam extrair o máximo de dinheiro possível daquele “pote do ouro”.
E assim foi feito.
Na primeira mão, o cliente deu as cartas e, do nada, gritou: “Katchanga!” E levou todo o dinheiro que estava na mesa.
Na segunda mão, a mesma coisa. Katchanga! E novamente o cliente limpou a mesa.
Assim foi durante a noite toda. Sempre o rico senhor dava o seu grito de Katchanga e ficava com o dinheiro dos incrédulos e confusos crupiês.
De repente, um dos crupiês teve uma idéia. Seria mais rápido do que o homem rico. Assim que as cartas foram distribuídas, o crupiê rapidamente gritou com ar de superioridade: “Katchanga!”
Já ia pegar o dinheiro da mesa quando o homem rico, com uma voz mansa mas segura, disse: “Espere aí. Eu tenho uma Katchanga Real!”. E mais uma vez levou todo o dinheiro da mesa…
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Ao ouvir essa piada, lembrei imediatamente do oba-oba constitucional que a prática jurídica brasileira adotou a partir das idéias de Alexy.
Como é do costume brasileiro, a teoria dos princípios de Alexy foi, em grande parte, distorcida quando chegou por aqui.
Para compreender o que quero dizer, vou explicar, bem sinteticamente, os pontos principais da teoria de Alexy.
Alexy parte de algumas premissas básicas e necessariamente interligadas:
(a) em primeiro lugar, a idéia de que os direitos fundamentais possuem, em grande medida, a estrutura de princípios, sendo, portanto, mandamentos de otimização que devem ser efetivados ao máximo, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas que surjam concretamente;
(b) em segundo lugar, o reconhecimento de que, em um sistema comprometido com os valores contitucionais, é freqüente a ocorrência de colisões entre os princípios que, invariavelmente, acarretará restrições recíprocas entre essas normas (daí a relativização dos direitos fundamentais);
(c) em terceiro lugar, a conclusão de que, para solucionar o problema das colisões de princípios, a ponderação ou sopesamento (ou ainda proporcionalidade em sentido estrito) é uma técnica indispensável;
(d) por fim, mas não menos importante, que o sopesamento deve ser bem fundamentado, calcado em uma sólida e objetiva argumentação jurídica, para não ser arbitrário e irracional.
Os itens a, b e c já estão bem consolidados na mentalidade forense brasileira. Hoje, já existem diversas decisões do Supremo Tribunal Federal aceitando a tese de relativização dos direitos fundamentais, com base na percepção de que as normas constitucionais costumam limitar-se entre si, já que protegem valores potencialmente colidentes. Do mesmo modo, há menções expressas à técnica da ponderação, demonstrando que as idéias básicas de Alexy já fazem parte do discurso judicial.
O problema todo é que não se costuma enfatizar adequadamente o último item, a saber, a necessidade de argumentar objetivamente e de decidir com transparência. Esse ponto é bastante negligenciado pela prática constitucional brasileira. Costuma-se gastar muita tinta e papel para justificar a existência da colisão de direitos fundamentais e a sua conseqüente relativização, mas, na hora do pega pra capar, esquece-se de fundamentar consistentemente a escolha.
Por isso, todas as críticas que geralmente são feitas à técnica da ponderação – por ser irracional, pouco transparente, arbitrária, subjetiva, antidemocrática, imprevisível, insegura e por aí vai – são, em grande medida, procedentes diante da realidade brasileira. Entre nós, vigora a teoria da Katchanga, já que ninguém sabe ao certo quais são as regras do jogo. Quem dá as cartas é quem define quem vai ganhar, sem precisar explicar os motivos.
Virgílio Afonso da Silva conseguiu captar bem esse fenômeno no seu texto “O Proporcional e o Razoável”. Ele apontou diversos casos em que o STF, utilizando do pretexto de que os direitos fundamentais podem ser relativizados com base no princípio da proporcionalidade, simplesmente invalidou o ato normativo questionado sem demonstrar objetivamente porque o ato seria desproporcional.
Para ele, “a invocação da proporcionalidade [na jurisprudência do STF] é, não raramente, um mero recurso a um tópos, com caráter meramente retórico, e não sistemático (…). O raciocínio costuma ser muito simplista e mecânico. Resumidamente: (a) a constituição consagra a regra da proporcionalidade; (b) o ato questionado não respeita essa exigência; (c) o ato questionado é inconstitucional”.

Um exemplo ilustrativo desse fenômeno ocorreu com o Caso da Pesagem dos Botijões de Gás (STF, ADI 855-2/DF).

O Estado do Paraná aprovou uma lei obrigando que os revendedores de gás pesassem os botijões na frente do consumidor antes de vendê-los. A referida norma atende ao princípio da defesa do consumidor, previsto na Constituição. E certamente não deve ter sido fácil aprová-la, em razão do lobby contrário dos revendedores de gás. Mesmo assim, a defesa do consumidor falou mais alto, e a lei foi aprovada pela Assembléia Legislativa, obedecendo formalmente a todas as regras do procedimento legislativo.
A lei, contudo, foi reputada inconstitucional pelo STF por ser “irrazoável e não proporcional”. Que aspectos da proporcionalidade foram violados? Ninguém sabe, pois não há na decisão do STF. Katchanga!
No fundo, a idéia de sopesamento/balanceamento/ponderação/proporcionalidade não está sendo utilizada para reforçar a carga argumentativa da decisão, mas justamente para desobrigar o julgador de fundamentar. É como se a simples invocação do princípio da proporcionalidade fosse suficiente para tomar qualquer decisão que seja. O princípio da proporcionalidade é a katchanga real!

Não pretendo, com as críticas acima, atacar a teoria dos princípios em si, mas sim o uso distorcido que se faz dela aqui no Brasil. Como bem apontou o Daniel Sarmento: “muitos juízes, deslumbrados diante dos princípios e da possibilidade de, através deles, buscarem a justiça – ou o que entendem por justiça -, passaram a negligenciar do seu dever de fundamentar racionalmente os seus julgamentos. Esta ‘euforia’ com os princípios abriu um espaço muito maior para o decisionismo judicial. Um decisionismo travestido sob as vestes do politicamente correto, orgulhoso com os seus jargões grandiloqüentes e com a sua retórica inflamada, mas sempre um decisionismo. Os princípios constitucionais, neste quadro, converteram-se em verdadeiras ‘varinhas de condão’: com eles, o julgador de plantão consegue fazer quase tudo o que quiser” (SARMENTO, Daniel. Livres e Iguais: Estudos de Direito Constitucional. São Paulo: Lúmen Juris, 2006, p. 200).

Sarmento tem razão. Esse oba-oba constitucional existe mesmo. E não é só entre os juízes de primeiro grau, mas em todas as instâncias, inclusive no Supremo Tribunal Federal.

Isso não significa dizer que se deve abrir mão do sopesamento. Aliás, não dá pra abrir mão do sopesamento, já que ele é inevitável quando se está diante de um ordenamento jurídico como o brasileiro que aceita a força normativa dos direitos fundamentais.

O que deve ser feito é tentar melhorar a argumentação jurídica, buscando dar mais racionalidade ao processo de justificação do julgamento, através de uma fundamentação mais consistente, baseada, sobretudo, em dados empíricos e objetivos que reforcem o acerto da decisão tomada.

Abaixo a katchangada!


sábado, 9 de maio de 2009

Febraban paga encontro de juízes em resort na Bahia

Da Folha Online - 09.05.2009
Um grupo de 42 juízes do trabalho e ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) teve passagens, hospedagem e refeições pagas pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para participar de congresso realizado pela entidade, informa matéria de Claudia Rolli e Silvio Navarro publicada na Folha deste sábado.
O "16º Ciclo de Estudos de Direito do Trabalho" da Febraban ocorreu durante o feriado de 21 de abril em um resort cinco estrelas na Praia do Forte, na Bahia.
A maioria dos ministros do TST, dos presidentes ou representantes de TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho) e dos juízes presentes no congresso viajaram acompanhados por suas esposas ou seus maridos, conforme ocorreu nos anos anteriores.
A diária do apartamento standard para um casal no hotel que sediou o evento é de R4 798. Na ocasião, como 200 dos 293 apartamentos do hotel foram reservados para o congresso, a diária pode ter caído para cerca de R$ 600.
Junto aos 42 magistrados participaram outras 62 pessoas, entre advogados, professores e juristas. Somados os acompanhantes, foram 170 os presentes no evento.
A Febraban informou que este é o 16º ano em que o evento é promovido no país, com o objetivo de debater questões ligadas à área trabalhista.
Juízes que estiveram em edições anteriores do congresso --e que preferiram não ser identificados-- disseram à Folha que ficaram preocupados com a proximidade com os advogados dos bancos e com a possibilidade de o pagamento das despesas ser considerado remuneração indireta, o que é proibido.
O setor bancário figura entre os campeões de reclamações trabalhistas no Brasil, de acordo com ranking feito pelo próprio TST.

Outro lado
A Febraban informa que o evento é "autossustentável", pois as 60 pessoas que se inscreveram pagaram R$ 11 mil para participar dos quatro dias de debates, com direito a acompanhante. Segundo porta-voz da federação, este valor deverá cobrir o custo do evento, que ainda não foi fechado. Ainda de acordo com a Febraban, os juízes estiveram presentes como convidados e não receberam por isso, somente foram pagas as passagens, estadias e refeições.
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Palavra do blogueiro:
Cinco da manhã, navegando sem maiores propósitos informativos, eis que me deparo com esta notícia: desembargadores do trabalho e ministros do TST participando de evento financiando pela Federação Brasileira de Bancos. Diante das milhares de ações intentadas por empregados contra bancos em todo o País, qual a imparcialidade da cúpula do Judiciário trabalhista brasileiro para julgar tal demandas?
E depois ainda querem me fazer crer, e como esse é um discurso fácil e recorrente, que o Judiciário brasileiro não reproduz em igual (ou maior escala) as promíscuas relações público-privadas historicamente identificadas nos outros dois Poderes da República. Ou mais, que o Judiciário ocupa um local privilegiado, de verdadeiro protagonismo, na concretização de um novo projeto de sociedade para o Brasil. Eu ando lendo e escutando muito isso por aí.
Não se trata, evidentemente, de demonizar a Justiça ou desprezá-la enquanto espaço de disputa e transformação social, mas sim de evitar visões demasiadamente românticas ou parciais sobre as mazelas do Judiciário brasileiro. Penso que a estrutura de justiça no Brasil, tanto quanto o Parlamento ou o Executivo, demanda um processo profundo de democratização e transparência, perpassando, pela revisão histórica de suas próprias bases e por uma compreensão ampliada da dinâmica da sociedade brasileira e do papel do Judiciário (como instituição) neste contexto..
Penso que a idéia de um Judiciário puro e rigorosamente técnico - alheio a pressões e interesses escusos, portanto - seja corolária da mesma idéia, recorrente no mundo do Direito, que identifica o próprio Direito como um fenômeno que se pudesse observar de forma pura e objetiva, desconexa da materialidade social, de suas vicissitudes e contingências. Alguns pensarão que estou me propondo a um debate já superado, sobretudo, no âmbito da Ciência do Direito. Pelo contrário, eu acredito esta discussão, do ponto de vista da teoria e da práxis jurídicas, nunca esteve tão atual. Este é um debate, no entanto, que gostaria de travar aqui no blog numa oportunidade posterior.
Cidadãos e juristas (que também são cidadãos, hehehe), despertemos de nosso sono dogmático.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

UFAL em Defesa pela Vida, uma breve avaliação

Na manhã de hoje, conforme divulguei há algumas semanas aqui mesmo no blog, ocorreu o ato público inaugural do programa UFAL em Defesa da Vida, capitaneado pela prof. Ruth Vasconcelos e a Pró-Reitoria Estudantil da UFAL.

Estive presente e o que vi e ouvi me encheu de esperança de que, efetivamente, há, nesta semente, o potencial de que se torne uma árvore frondosa que produzirá muitos e muitos frutos. O ato foi um sucesso e, numa análise inicial, ouso afirmar que atingiu todos os objetivos a que se propôs enquanto evento inaugural do programa UFAL em Defesa da Vida.

Há alguns dias, a arrecadação de camisas era algo preocupante a todos que acompanhavam a organização do ato. Lembro de haver conversado com a prof. Ruth no último fim de semana e os números não chegavam a 500. Na manhã de hoje, no entanto, a dedicação e o engajamento da própria Ruth e de alguns colaboradores venceu aquela dificuldade e a meta de 2064 camisas foi atingida. Melhor seria, realmente, que não precisássemos de tantas camisas. Ou seja, melhor seria que não tivéssemos 2064 vítimas de homicídio em Alagoas somente no ano de 2008. O hercúleo esforço na arrecadação dessas peças de roupa traduz, em si, uma simbologia aterradora: será mesmo possível e admissível que seja mais fácil tirar 2064 vidas do que arrecadar 2064 camisas?

Alguns entenderam que o ato de hoje se constituiria de mais uma dessas "passeatas pela paz, que se tornaram um lugar-comum na dinâmica das grandes cidades brasileiras, sobretudo após a ocorrência de um crime de grande repercussão. Eu mesmo ouvi isso, num comentário recheado de ironia e preconceito, durante a passagem em sala lá na FDA. É preciso avançar em relação a esta leitura do programa UFAL em Defesa da Vida. A idéia das camisetas num varal não é, e nunca se pensou que seria, um fim em si mesmo. O objetivo inaugural - e daí porque afirmou que foi atingido - foi dar visibilidade à temática e registrar o convite à construção coletiva dos outros espaços. O ato de hoje foi notícia nos principais meios de comunicação locais e nacionais (ao final, posto um link com as principais notícias veiculadas).

Como principal ponto positivo, para além da grande visibilidade, gostaria de registrar a composição plural dos participantes do ato. Além de professores e estudantes da UFAL (poucos, é verdade), os movimentos sociais e representantes do Poder Público compareceram significativamente. Sindicatos, ONGs, representantes religiosos, do Governo, da PM, da OAB, o pessoal do Fórum pela Vida e pela Paz e outros grupos estatais ou não.

De negativo, destacaria apenas o baixo engajamento da comunidade acadêmica. A ausência de representantes das Unidades Acadêmicas - a Faculdade de Direito, por exemplo, marcou um Seminário de Pesquisa justamente para a data de hoje, durante a realização do ato - dos estudantes em geral e das representações estudantis - durante a construção do ato, foram marcadas duas reuniões com os Centros Acadêmicos e com o Diretório Central dos Estudantes e nenhum representante das entidades comparecera. Neste último ponto, ficou realmente feio: se fizeram presentes a ADUFAL (representação docente), o SINTUFAL (representação dos técnicos) e nada das representações estudantis. A razão? É um mistério. Uma atitude, diga-se de passagem, pouco inteligente e, no mínimo, politicamente imatura. Espero que o Movimento Estudantil se faça presente nas próximas atividades do UFAL em Defesa pela Vida ou, pelo menos, justifique, de forma razoável, a sua ausência.

A proposta da Universidade é oferecer, como uma contrapartida, o seu capital humano e intelectual na teorização e na prática de estratégias que possam repercurtir, positivamente, no campo da Segurança Pública. Vamos atingir os fins de tal proposta? Somente o tempo e o engajamento da comunidade acadêmica e da sociedade dirão. Mostramos a nossa cara e propusemos o nosso programa. Em contrapartida, teremos que dedicar energia ao compromisso assumido não só perante a Universidade, mas perante toda a sociedade alagoana.
Antes de finalizar, gostaria de expor a opinião de um internauta que comentou a notícia do Ato no sítio Alagoas 24horas:
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"EM QUANTO (sic) OS BANDIDOS MATAM DIARIAMENTE PAÍS DE FAMÍLIA VCS FICAM ESTENDENDO ROUPAS.VIOLÊNCIA SE COMBATE COM VIOLÊNCIA.VCS FORTALENCEM (sic) OS BANDIDOS.VIVA OS DIREITOS HUMANOS.
reialdo barros - 02/04/2009 12h51"
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O gancho é interessante - e de maneira alguma pretendo fazer desta uma resposta à opinião acima - apenas para registrar e reiterar que ninguém é inocente ao ponto de crer que um ato como o de hoje oferece algum tipo de resposta concreta à problemática da violência e da criminalidade em Alagoas. Ninguém tem a utopia de tocar os corações dos que deliquem através de um ato como esse. O norte estabelecido pelo ato e pelo programa, no entanto, vai na direção de que é é preciso superar, definitivamente, a idéia de que só se combate a violência com mais violência. É preciso equipar bem a polícia, mas tão importante quanto é conceber uma polícia que trabalhe dentro dos limites da legalidade e uma sociedade civil engajada com os problemas do nosso povo. A exaltação dos direitos humanos, antes de tudo, é um reforço à garantia da nossa própria sobrevivência. Quem é que disse que os "inimigos" eleitos pelo Estado são sempre os criminosos comuns (homicidas, sequestradores, estupradores, etc)? A História recente do nosso país - vide a ditadura militar - nos mostra algo bem diferente.
O que me parece realmente inocente, na realidade, é a crença de que o melhor do que a sociedade se envolver diretamente com uma questão primária como a da Segurança Pública seria entregar na mão dos agentes do Estado, uma carta branca, uma licença para matar, para fazer Justiça com as próprias mãos. Historicamente, sempre fora deste jeito em Alagoas. E onde estamos neste momento?
Um convite a tomar parte do futuro de Alagoas. Para além de fórmulas mágicas ou de propostas messiânicas, é nisto que se resume o UFAL em Defesa pela Vida.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Argentina antecipa a Páscoa

E começa levando chocolate uma semana antes do feriado. =P

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(Do Olé!, principal diário esportivo argentino):

Y, corrió rápido...
La catastrófica derrota de la Argentina de Diego Maradona dio la vuelta al globo enseguida. Desde las burlas en Brasil hasta el análisis de los diarios españoles. Hay mucha sorpresa por la caída de Argentina y elogios para Bolivia.
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O Globo (Brasil): "Bolivia humilla a Argentina en La Paz", pone de título. Y sigue: "Parece una broma del primero de abril (como el día de los inocentes nuestro) pero es pura verdad: Bolivia goleó a Argentina en lo que fue la primera derrota de Maradona como técnico del bicampeón del mundo e igualó el peor resultado en los 107 años de existencia de la selección".
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Lance.net (Brasil): Los brasileños se divirtieron con la derrota de "sus hermanos", puso fondo negro, también aclaró que era primero de abril y citó a Olé poniendo una imagen de Diego y el título "Humillación histórica". De paso, hasta se animó a lanzar una encuesta para sus lectores: ¿Maradona o Dunga?.
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Gazzetta Dello Sport (Italia): La derrota argentina fue un "tremendo KO", tituló.
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Diario Sport (España) y Marca (España): Coincidieron con que fue un "Ridículo de la Argentina de Maradona". En Marca remarcaron que Argentina no olvidará fácilmente la primera derrota de Diego Armando Maradona como seleccionador de la albiceleste.
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Ovaciones (México): "¡Insólito! Bolivia golea y humilla 6-1 a Argentina. No tuvieron compasión, ni respeto a la selección de Diego Maradona y le ganó con claridad. De la tarde del 1 de abril no se olvidarán los argentinos. Hoy no hubo aplausos, sonrisas, ni caras cómplices a la cámara, de parte del adiestrador argentino; el show fue todo boliviano".
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El Bocón (Perú): "Bolivia abusó de Maradona y Argentina. Histórica goleada de Bolivia sobre Argentina de Diego Armando Maradona, quien no podía creer lo que veía en el campo del Hernando Siles de La Paz".
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The Sun (Inglaterra): Diego Maradona se fue de la cancha con el corazón roto luego de la derrota por 6-1 ante Bolivia. Sumaron el dato de que la mayoría de jugadores del equipo argentino nunca había jugado en La Paz, que está a 3,600 metros del nivel del mar y llegaron dos horas antes de comenzar el partido.

terça-feira, 31 de março de 2009

Contradições.

Li, outro dia, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que elas, mulheres do século XXI, só fazem jornada de trabalho dupla (trabalho + afazeres domésticos) porque querem.
Ouvi, outro dia, alguém defendendo, com esteio em supostas lições de Vitimologia, que, em diversas situações, a forma provocante ou o comportamento da mulher conduz os indivíduos a um momento de insanidade que desaguaria no ato extremo de um estupro ou coisa que o valha. E todas as mulheres presentes permaneceram em silêncio.
Mulheres que estão emancipadas, mas não tanto: caso não escolham a roupa certa poderão ser, justificadamente, violentadas.
Seja pela afirmação da opressão feminina, seja pela negação da realidade escancarada a nossa volta, essas situações que descrevi só evidenciam uma constatação sobre a qual, apesar de obviedade, não devemos deixar de refletir a respeito: ainda estamos bem longe de conseguir superar, de forma razoável, a distinção mais elementar da natureza: a de gênero.
E se não lidamos bem com a diferença mais básica da natureza, vamos lidar bem com o que?

sexta-feira, 13 de março de 2009

A vida é sagrada!



(Da Coordenação de Política Estudantil - PROEST/UFAL):

A violência no Estado de Alagoas tem uma dimensão histórica e não apenas conjuntural. Tomando por base informações constantes no Relatório do Ministério da Saúde, a cidade de Maceió configura-se como a capital metropolitana MAIS violenta da federação; ou seja, é o espaço geográfico no Brasil em que a população corre mais riscos de vida. Atualmente, segundo dados oficiais da Secretaria de Defesa Social do Estado de Alagoas, nosso Estado registrou, de Janeiro a Dezembro de 2008, 2.064 homicídios. A UFAL não pode ficar silenciosa diante de tal realidade. Neste sentido, estamos propondo o desenvolvimento de um Programa permanente denominado “UFAL EM DEFESA DA VIDA”, que tem por objetivo realizar atividades culturais, científicas e artísticas trazendo a temática da Violência, dos Direitos Humanos e da Segurança Pública para o universo da Comunidade Universitária. O que podemos fazer para reverter esse índice tão desastroso e alarmante que assusta todos(as) os(as) viventes que partilham esta realidade? Na verdade, TODOS(AS) estamos inseridos(as) no contexto da violência, simplesmente porque se não há segurança para TODOS(AS), não há segurança para ninguém. Como atividade inicial, vamos realizar um Ato Público, e para isso estamos convocando a comunidade universitária através das Coordenações, Unidades AcadÊmicas, CA’s, DA’s e DCE (estudantes, professores(as) e funcionários(as)) para se implicarem com a construção do movimento “UFAL EM DEFESA DA VIDA”. Para ajudar a realização do nosso Ato, doe uma camisa/blusa (usada) para a construção de um GRANDE VARAL que simbolizará aqueles(as) que foram assassinados(as) em nosso Estado.
PONTOS DE ARRECADAÇÃO DAS CAMISAS/BLUSAS: PROEST, RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO, BIBLIOTECA CENTRAL, ESPAÇO CULTURAL (SETOR DE ARTES), ICBS, CECA E HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.
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Eu acredito que, mais do que uma ação dentro da Universidade, trata-se de um ato político da sociedade civil maceioense. Para além de ações meramente repressivas, somente o fomento de uma cultura de paz pode subverter a cultura de violência em que estamos inseridos. É nisso que a ação "UFAL EM DEFESA DA VIDA" parece estar focada: disseminar e multiplicar a idéia, e sobretudo a prática, de que a paz é um objetivo possível. Não se trata, portanto, de algo que tenha a pretensão de encontrar um fim em si mesmo.
Fica o convite para todos, mesmo os que não fazem parte da comunidade acadêmica. Querendo mais informações ou doar camisas, podem me encaminhar um e-mail: brunolamenha@gmail.com

De volta!

Embora eu saiba que ninguém ficou procurando aqui, este blog volta às atividades a partir de hoje. E pretendo não mais abandoná-lo.