terça-feira, 31 de março de 2009

Contradições.

Li, outro dia, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que elas, mulheres do século XXI, só fazem jornada de trabalho dupla (trabalho + afazeres domésticos) porque querem.
Ouvi, outro dia, alguém defendendo, com esteio em supostas lições de Vitimologia, que, em diversas situações, a forma provocante ou o comportamento da mulher conduz os indivíduos a um momento de insanidade que desaguaria no ato extremo de um estupro ou coisa que o valha. E todas as mulheres presentes permaneceram em silêncio.
Mulheres que estão emancipadas, mas não tanto: caso não escolham a roupa certa poderão ser, justificadamente, violentadas.
Seja pela afirmação da opressão feminina, seja pela negação da realidade escancarada a nossa volta, essas situações que descrevi só evidenciam uma constatação sobre a qual, apesar de obviedade, não devemos deixar de refletir a respeito: ainda estamos bem longe de conseguir superar, de forma razoável, a distinção mais elementar da natureza: a de gênero.
E se não lidamos bem com a diferença mais básica da natureza, vamos lidar bem com o que?

Um comentário:

LuAdria disse...

Pois é, não convivemos bem! Esse é o fato! Admito que eu mesma em situação recente deixei de falar o que eu achava porque pensei: "Não adiantaria falar isso para eles, estes daqui estão fechados, não ouviriam..."
Mas confesso: eu me arrependi!
É por situações com as descritas por Bruno, que não são de mais de dois meses atrás, que NUNCA devemos nos calar, mesmo que diante de um muro aparentemente impossível de derrubar.