* Texto da Amanda Gabriela (@Amanda_GLima), que foi gentil ao cedê-lo para Pandarecos! E que sabe ser sensível e precisa ao mesmo tempo.
Outro dia fiquei sabendo que uma grande amiga está passando por uma crise de identidade profissional. Tomei um susto, claro. Como aceitar que a minha maior esperança no jornalismo desse país anda cogitando a possibilidade de enveredar por outros ramos (ainda a serem descobertos), porque se sente limitada, desestimulada e sufocada no local em que trabalha?
Justo ela, tão íntegra e competente – a pessoa que faz a maior diferença, luta fervorosamente pelo que acredita e diariamente me convence de que ainda é possível sentir esperança nas pessoas e nesse mundo. Faça-me um pequeno favor: fique exatamente onde está e prossiga com seu belo trabalho, apesar de seja lá o que for. Foi o que eu tive a coragem de dizer num primeiro momento.
Sorte que a vida não é feita apenas de primeiros momentos. Foi preciso um segundo e um terceiro para que eu pudesse entender o que se passa realmente, e assim relembrar tudo aquilo que costumo defender pra mim mesma e para os outros. E o que costumo defender é “bonito e até romântico”, sempre diz meu sábio pai. Não que eu concorde plenamente, porque nesse ponto ele provavelmente está tentando desconstruir meus argumentos; mas há aí uma certa razão.
Afinal, existe coisa mais bonita do que ser coerente consigo mesmo? Ser fiel aos próprios princípios, valores, desejos e sonhos? Ou você conhece alguém que vive suficientemente feliz fazendo aquilo que não gosta (ou até gosta, mas não satisfaz), sendo obrigado a seguir determinada linha de comportamento e discordando avidamente da conjuntura predominante? Eu conheço vários – que fingem.
Que seja utópico e ingênuo, mas eu faço parte do time dos sonhadores coerentes. Se pra você ser coerente é passar num concurso público (qual for), pra adquirir a tão sonhada estabilidade e sossegar um pouco a cabeça no travesseiro... eu estou sinceramente contigo (a vida não está fácil mesmo). Mas vê lá, não vai depois fazer a coisa de qualquer jeito (digo, o trabalho); faz parte do pacote, além do salário, as horas intermináveis que você vai precisar cumprir durante cinco dias da semana.
Se pra você ser coerente é estudar um pouco mais, se especializar, se qualificar, arriscar as economias num pequeno negócio, viajar pelo mundo, advogar, abrir um consultório... eu estou orgulhosamente contigo também, porque é isso que importa: o que te importa. E de preferência que, uma vez sendo importante pra você, de algum modo possa ser também para os outros.
Mas há ainda aqueles que, de tão coerentes com a própria índole, não sabem bem como proceder ou não se contentam mais com o que fazem porque acreditam que podem ir positivamente muito além, como parece ser o caso da minha querida amiga. Para esses, o meu apreço é ainda maior. Não me entendam mal, mas queria eu que existissem mais pessoas inconformadas nesse mundo. Pessoas com forças para mudar o que anda tortuoso, ou mesmo pra largar tudo e começar do zero, suportando todas as dificuldades que essa alternativa impõe, mas seguindo a vida com muito mais vigor.
Pode até parecer pouco racional, mas não deixa de ser bonito... e até romântico.
* Nota: Olha, o titulo foi o blogueiro quem deu, tá? É que a autora me passou sem título e se recusou a dar um! Eu até entendo. Dar títulos é um negócio sempre tortuoso. Mas não dava pra deixar um texto bom desses inominado, né?
* Nota [2]: Tava pensando aqui - e se o título estiver incoerente com o texto, ein? Seria uma contradição insuperável! No fundo, a coerência é uma virtude difícil de ser cultivada. Vida longa aos coerentes! (e eu juro que tenho tentado..)
Outro dia fiquei sabendo que uma grande amiga está passando por uma crise de identidade profissional. Tomei um susto, claro. Como aceitar que a minha maior esperança no jornalismo desse país anda cogitando a possibilidade de enveredar por outros ramos (ainda a serem descobertos), porque se sente limitada, desestimulada e sufocada no local em que trabalha?
Justo ela, tão íntegra e competente – a pessoa que faz a maior diferença, luta fervorosamente pelo que acredita e diariamente me convence de que ainda é possível sentir esperança nas pessoas e nesse mundo. Faça-me um pequeno favor: fique exatamente onde está e prossiga com seu belo trabalho, apesar de seja lá o que for. Foi o que eu tive a coragem de dizer num primeiro momento.
Sorte que a vida não é feita apenas de primeiros momentos. Foi preciso um segundo e um terceiro para que eu pudesse entender o que se passa realmente, e assim relembrar tudo aquilo que costumo defender pra mim mesma e para os outros. E o que costumo defender é “bonito e até romântico”, sempre diz meu sábio pai. Não que eu concorde plenamente, porque nesse ponto ele provavelmente está tentando desconstruir meus argumentos; mas há aí uma certa razão.
Afinal, existe coisa mais bonita do que ser coerente consigo mesmo? Ser fiel aos próprios princípios, valores, desejos e sonhos? Ou você conhece alguém que vive suficientemente feliz fazendo aquilo que não gosta (ou até gosta, mas não satisfaz), sendo obrigado a seguir determinada linha de comportamento e discordando avidamente da conjuntura predominante? Eu conheço vários – que fingem.
Que seja utópico e ingênuo, mas eu faço parte do time dos sonhadores coerentes. Se pra você ser coerente é passar num concurso público (qual for), pra adquirir a tão sonhada estabilidade e sossegar um pouco a cabeça no travesseiro... eu estou sinceramente contigo (a vida não está fácil mesmo). Mas vê lá, não vai depois fazer a coisa de qualquer jeito (digo, o trabalho); faz parte do pacote, além do salário, as horas intermináveis que você vai precisar cumprir durante cinco dias da semana.
Se pra você ser coerente é estudar um pouco mais, se especializar, se qualificar, arriscar as economias num pequeno negócio, viajar pelo mundo, advogar, abrir um consultório... eu estou orgulhosamente contigo também, porque é isso que importa: o que te importa. E de preferência que, uma vez sendo importante pra você, de algum modo possa ser também para os outros.
Mas há ainda aqueles que, de tão coerentes com a própria índole, não sabem bem como proceder ou não se contentam mais com o que fazem porque acreditam que podem ir positivamente muito além, como parece ser o caso da minha querida amiga. Para esses, o meu apreço é ainda maior. Não me entendam mal, mas queria eu que existissem mais pessoas inconformadas nesse mundo. Pessoas com forças para mudar o que anda tortuoso, ou mesmo pra largar tudo e começar do zero, suportando todas as dificuldades que essa alternativa impõe, mas seguindo a vida com muito mais vigor.
Pode até parecer pouco racional, mas não deixa de ser bonito... e até romântico.
* Nota: Olha, o titulo foi o blogueiro quem deu, tá? É que a autora me passou sem título e se recusou a dar um! Eu até entendo. Dar títulos é um negócio sempre tortuoso. Mas não dava pra deixar um texto bom desses inominado, né?
* Nota [2]: Tava pensando aqui - e se o título estiver incoerente com o texto, ein? Seria uma contradição insuperável! No fundo, a coerência é uma virtude difícil de ser cultivada. Vida longa aos coerentes! (e eu juro que tenho tentado..)
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